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E se todos votassem sem medo?

Lusófona discute sistema político-eleitoral português, dos governantes a quem os elege.

25.05.16 - 00h00

Os eleitores portugueses contribuem para o mau funcionamento do sistema político, diz o politólogo Adelino Maltês. "Querem o máximo de benefícios e o mínimo de esforço", considera. Uma atitude que leva a que votem nos mesmos candidatos, com medo de perderem o emprego ou a estabilidade que possuem.Como consequência disso, as reformas necessárias para a saúde política nunca acontecem.

O académico do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas participou na conferência "Sistema Político-Eleitoral, que mudança(s)?", organizada pela Universidade Lusófona a 21 de abril. Para Adelino Maltês, é normal que as pessoas associem aos governantes as falhas no sistema político-eleitoral. Mas convém não esquecer que muitos eleitores acabam também por serem responsáveis quando votam influenciados pela "política da empregadagem", focada na manutenção dos postos de trabalho.

O voto mais difícil

Outra das questões abordadas na conferência foi o voto em branco, uma opção que expressa o descontentamento dos eleitores com todos os candidatos. Os números desceram nas últimas legislativas de 2015 para cerca de 113 mil, depois de terem alcançado o maior resultado de sempre em 2011, como quase 150 mil votos em branco.

Jorge Miranda, professor da Lusófona, considera o voto em branco "o voto mais difícil". Para o académico, "alguém que poderia estar numa praia, mas optou por ir votar em branco" afirma claramente que "ninguém o representa".


Apostar em "primárias"?

Em Portugal, sublinhou o politólogo Rui Oliveira Costa, os votos em branco situam-se abaixo da média europeia. O também professor na Lusófona, com uma carreira política de quase 40 anos, aponta a introdução de 100 ciclos uninominais, como defendeu na sua dissertação de mestrado em 2008, como a melhor solução para o sistema eleitoral português.

Esse sistema, que já foi apresentado a todos os grupos parlamentares, obrigaria "os partidos a escolherem bem os seus candidatos", dando origem, segundo Rui Oliveira e Costa, a "primárias de verdade e a um ciclo nacional equilibrado". Uma proposta que também passa por um parlamento mais pequeno, com 215 em vez dos atuais 230 deputados.

Jessi Martins
Notícias Lusófona

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