Facebook e perigos para as empresas

De acordo com o último relatório da consultora Marsh sobre ciber-riscos, só 32% das empresas portuguesas têm um plano de resposta bem definido para ciberataques. Dados que fundamentam as preocupações de Jorge Silva Carvalho, ex-Diretor dos Serviços de Informações Estratégicas de Defesa. Em entrevista ao Notícias Lusófona, afirma que as empresas, principalmente as mais pequenas, precisam de se proteger mais no ambiente online.

Silva Carvalho sublinha que o Facebook é importante para a divulgação de marcas e atração de clientes, mas os riscos da utilização desta rede social têm de ser levados a sério. "Basta um click e uma operação rápida para se conseguir ter acesso aos dados da empresa", afirma. Por outro lado, "o acesso deve ser controlado porque há quem passe muito mais tempo em atividades pessoais do que propriamente a tratar de assuntos empresariais". Um comportamento, alerta, que pode afetar a produtividade dos funcionários.

Património em risco

O especialista explica que as empresas conseguem espiar concorrentes através da rede social. Se um funcionário utiliza o Facebook num computador que possui dados ou até mesmo ideias da empresa, é fácil aceder a toda essa informação, através de operações de espionagem que utilizam programas de software avançados. "Quando uma empresa não investe em segurança, coloca em risco o seu património", conclui.

Lançada no final do ano passado, a pós-graduação em Inteligência Competitiva e Cibersegurança da Lusófona nasce para preencher uma lacuna no ensino universitário. Dirigida por Jorge Silva Carvalho e Rui Ribeiro, o diretor executivo da LISS - Lusofona Information Systems School, tem como objetivo capacitar as empresas com ferramentas que as preparem para o combate à ciberespionagem. Este curso une "a linguagem informática com a empresarial", explica Rui Ribeiro, uma vez que "não há segurança sem conhecimento", lembra Jorge Silva Carvalho.

Jessi Martins
Redação Notícias Lusófona