OVER and OUT 2015: transversalidade e internacionalização

Lisboa recebeu mais uma vez o Over & Out. De 20 a 22 de julho a capital mostrou e premiou os trabalhos desenvolvidos pelos finalistas da Universidade Lusófona.

O evento dedicado à exibição dos trabalhos dos alunos de cinema e artes dos media celebrou este ano o seu 10º aniversário, e arrancou no Turim com a visualização de documentário e filmes experimentais. O Museu de Lisboa também recebeu uma exposição com os projetos dos alunos da Universidade Lusófona.

"Ultrapassou as expetativas"

No cocktail de inauguração da exposição patente no jardim do Museu de Lisboa a grande afluência de público, "excedeu as expetativas" de Inês Santa, do departamento cinema e artes dos media. "Temos aqui os trabalhos de vários cursos, expostos para toda a gente" e é "altamente motivador para os alunos terem os seus trabalhos mostrados à cidade".

Ivan Barroso, historiador de videojogos, foi um dos que se deslocou ao Museu de Lisboa para observar os trabalhos do curso de Aplicações Multimédia e Videojogos, realizados por quem pretende entrar na indústria. "Decidi vir cá para ver o trabalho realizado na área", disse o historiador, dizendo ainda que "há potencial em Portugal nesta área, com jogos feitos por portugueses prontos a ser lançados". Quando questionado acerca da importância destes cursos para a indústria, Ivan Barroso respondeu que "é uma questão de tempo". "Os freelancers perdem muito tempo a solucionar problemas, enquanto que quem está nestes cursos tem o recurso a alguém que sabe a solução", concluiu.

A internacionalização é o objetivo

"Queremos mostrar o que se faz de bom no nosso departamento, como já temos vindo a fazer ao longo dos últimos 10 anos", disse Manuel José Damásio, diretor do Departamento de Cinema e Artes dos Media, afirmando ainda que, apesar dos diferentes anos de existência, todos os cursos mostraram "trabalhos de qualidade", revelando uma "maturidade equivalente". Quanto aos objetivos para o futuro, Manuel José Damásio revelou a ambição de apontar para a "internacionalização do evento". "Temos tido cada vez mais alunos estrangeiros no curso de Cinema e queremos mostrar, agora, o nosso trabalho lá fora" concluiu.

"A internacionalização é uma meta" reconheceu Manuel Damásio ao falar do projeto Essemble e do projeto Looking China que deu a oportunidade a dez alunos de cinema de passarem 10 dias na China em reportagem.

Era uma vez... muitos premiados

O evento de fecho da 10ª edição do Over & Out encheu, mais uma vez, o Cinema São Jorge. O conto foi o tema escolhido para este ano. A cerimónia de encerramento começou com uma apresentação dos trabalhos vencedores do ano passado, dos prémios que ganharam e ainda das suas exibições e menções honrosas.

"É possível fazer um trabalho diário que saia para lá da sala de aula", o diretor do departamento referiu também que a Universidade Lusófona se tornou "no principal polo de atração de alunos fora da Europa para estudarem cinema no espaço europeu".

A entrega de prémios começou pela atribuição aos melhores trabalhos em artes plásticas. Nádia Castanheira recebeu um prémio pelo seu trabalho com "a aranha" e Cristina Cabaço o grande prémio com "o livro dos sonhos".

Como melhores trabalhos fotográficos destacaram-se os de Sara Fonseca e Joana Rodrigues, e o prémio para melhor documentário foi atribuído pela primeira vez a um finalista, Sahel Rahman do Bangladesh. Este ano entregou-se pela primeira vez o prémio de melhor jogo, que foi atribuído a "The Root of Evil" dos alunos André Monteiro, Pedro Neto, Pedro Mestre e Rui Filipe.

Na área da animação o grande prémio foi atribuído a "red" de Márcia Maurício e Mariana Amaral, e "an original cliché" de Inês Carvalho recebeu uma menção honrosa. Na ficção distinguiram-se como melhores trabalhos, os filmes "Turp" e "Lux", e ainda o filme "18" com o prémio de melhor música.

Ana Antão & João Alves
Jornalistas LOC