Wikipédia: onde estão as mulheres?
A Lusófona reuniu mulheres que por um dia foram editoras da plataforma Wikipédia
13.08.15 - 00h00No fim-de-semana em que se celebrou o dia internacional da mulher, a Universidade Lusófona recebeu o evento de Arte e Feminismo & WikiD - Edit a Thon que pretendeu juntar mulheres que por um dia foram editoras da plataforma Wikipédia.
A entrada era livre e as cadeiras não demoraram a ser ocupadas para assistirem a uma aula sobre a Wikipédia. Elas, todas mulheres, foram recebidas por Maile Colbert, uma das organizadoras que fez questão de sublinhar que "este dia é sobre todas nós".
Maile, professora e artista, veio dos Estados Unidos e trouxe o "Edit a Thon" que decorria, em simultâneo, em mais setenta e cinco locais e em três continentes diferentes. A necessidade de assinalar este dia pelo mundo fora é na opinião de Maile "importante" porque a sociedade em que vivemos "o sexo masculino ainda domina", disse.
O facto de existirem "mulheres na história" que fizeram "grandes contributos" fez com que a professora alertasse que o que fizessem naquele workshop "tem efeito imediato".
Marta Raquel Fonseca, produtora, defendeu que o "Edit a Thon" "é partilha de conhecimento" e que a Wikipédia demonstrou ter "uma falha brutal" no que toca a editoras, no feminino. Para Marta, utilizar o site de pesquisa é como "utilizar oxigénio" e que tem vindo a notar a "fraca qualidade dos artigos" em português.
O desejo de "querer mudar isto", disse, resultou na aula improvisada, um dia antes do dia da mulher, sobre como dar o melhor uso à Wikipédia, um sítio onde "o ego desaparece", afirma Marta, até porque "não interessa quem fez mas sim dar credibilidade" ao artigo.
Na página criada para o evento as mulheres foram descobrindo o mundo Wikipédia. Entre formatações, regras e testes, a teoria foi colocada em prática da parte da tarde onde foi possível contrariar o inquérito feito em 2011 pela Wikimedia Foundation que dizia que as mulheres representavam menos de 10% na edição de conteúdos.
Este acontecimento a nível mundial partiu do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque em cooperação com o ArchiteXX.
Patrícia Franco
Redação LOC