Conferência sobre a Obra "O Olho de Deus no Discurso Salazarista"

A Universidade Lusófona - Centro Universitário Porto acolheu mais um evento do ciclo de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com o objetivo de celebrar e promover uma reflexão sobre as diversas dimensões do impacto da Revolução dos Cravos na sociedade portuguesa. 

O Professor Doutor Moisés de Lemos Martins, ao contrário do habitual, que seleciona o conferencista da sessão, foi, ele próprio, o orador. Moisés de Lemos Martins é Professor Catedrático de Ciências da Comunicação na Universidade do Minho e doutorou-se em Ciências Sociais, com especialização em Sociologia, pela Universidade de Estrasburgo, em 1984. 

Na sua apresentação, centrou-se no seu livro "O Olho de Deus no Discurso Salazarista". Explicou que a ideia para o livro e para a sua tese de doutoramento surgiu naturalmente, dado o seu envolvimento nos circuitos intelectuais do "catolicismo progressista". A tese culminou no livro que hoje é considerado uma referência no estudo do regime discursivo dominante em Portugal durante o Estado Novo, nos anos 30 e 40 do século XX. 

O livro do Professor Doutor Moisés de Lemos Martins oferece um olhar cientificamente valioso sobre a dimensão religiosa no discurso legitimador do salazarismo, interrogando a política geral do sentido salazarista e o seu regime de verdade. Abordou o discurso como uma prática política disciplinar, influenciando a memória histórica, o olhar, o desejo e a vontade. 

Durante a conferência, explicou também o simbolismo da capa do livro, que apresenta um homem com um terço seguido por membros da igreja. Esta imagem representa a influência de Salazar na igreja, refletida na conformidade dos seus seguidores. 

Este evento faz parte de uma série de iniciativas destinadas a fomentar uma reflexão crítica sobre os 50 anos do 25 de Abril e o legado da Revolução dos Cravos na sociedade contemporânea.

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Fotografia

Catarina Machado  

Vídeo (Cobertura)

Catarina Machado e Filipa Silveira  

Vídeo (Edição)

Catarina Machado  

Texto

Filipa Silveira