Musicografia Braille e Equidade na CPLP
O seminário que decorreu no âmbito do Curso em Musicografia Braille e Educação Musical Inclusiva
03.07.19 - 00h00O Seminário "Musicografia Braille e Equidade na CPLP" constitui o corolário formativo do "Curso de Musicografia Braille e Educação Musical Inclusiva na CPLP" e do Pós-Doc em "Musicografia Braille e Equidade na CPLP", ambos os Projetos da responsabilidade da Professora Doutora Dolores Tomé, procurando assumir o cumprimento dos seguintes objetivos:
- Contribuir para o rigoroso impacto social, num alargado e aprofundado debate científico sobre a Musicografia Braille, como literacia inclusiva no âmbito educomunicacional, pedagógico e cultural das crianças, adolescentes, jovens, adultos e seniores com deficiência visual ou em situação de risco de a poder vir a adquirir, e, sempre que possível, com o necessário e imprescindível envolvimento das famílias nesse processo;
- Provocar um amplo entendimento, intercompreensão e divulgação dos conceitos e práticas educomunicacionais interventivas no ensino/aprendizagem da literacia musical e meios complementares de leitura e de acesso à mesma, aplicável aos cidadãos cegos e com baixa visão, nos diferentes níveis etários e de conhecimento;
- Facultar o ensino da musicografia braille a pessoas cegas e normovisuais, e dar a professores de música cegos e com vista a possibilidade de, ao mesmo tempo, poderem igualmente interagir uns com os outros em contexto musical, embora utilizando formatos musicográficos diferentes sob o ponto de vista sensorial, mas compatíveis entre si em acessibilidade e usabilidade, simultaneamente para o tato/audição e para os olhos, em Portugal e na CPLP.
- Homenagear a música como a primeira naturalidade, e em tempos recuados, de manifestações da sociedade (em estabelecimentos régios e eclesiásticos) no aceitarem cidadãos cegos, no caso músicos cegos, naquelas comunidades num aparente espírito de inclusão em equidade, embora sob a comiseração dos tempos.
- Dotar a grande maioria de bons músicos cegos no país e na CPLP com a necessária formação musical em musicografia braille, também com recurso ao Musibraille, que tocam ou cantam apenas de ouvido.
- Evitar que o professor de educação musical (normovisual, mas que também pode ser cego) no ensino regular e nas diferentes escolas de música, em Portugal e nos Países da CPLP, se recuse a receber e a ensinar alunos cegos pelo facto de desconhecer a musicografia braille, transmitindo-lhes o conteúdo de uma partitura como o faz para os alunos com vista.
- Justificar, em equidade, a utilização da informática e dos diferentes dispositivos técnicos para apresentar as partituras musicais em linha braille/ecrã tátil e/ou em ecrã áudio/visual ou para impressão em braille, recorrendo-se a estes dispositivos/programas especializados, que incorporam funções específicas para a leitura e produção musical em computador ou para a transcrição de Musicografia Braille, assim garantindo a plena informação e comunicação musicográfica nos cursos de música entre professores e alunos cegos em Portugal e na CPLP.
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Promover a inclusão escolar dos alunos cegos e com baixa visão que também frequentam a unidade curricular Educação Musical em Portugal e na CPLP, com recurso ao Sistema Musibraille (bem como a outras complementaridades tecnológicas), que constitui um passo significativamente importante neste processo de ensino musicográfico a pessoas cegas e com vista, numa perspetiva inclusiva de educação musical em equidade, sendo essa invenção e implementação no Brasil, em Portugal e agora a estender-se também à CPLP, que motivou a realização do promissor "Curso de Musicografia Braille e Educação Musical Inclusiva na CPLP", da responsabilidade da Professora Doutora Dolores Tomé, no âmbito científico do seu Pós-Doc, o qual conclui no evento em referência e subordinado ao título do seu Projeto de investigação no CICANT, efetuado na ULHT, nesta data.
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Sensibilizar as famílias, os profissionais, professores e investigadores, as instituições, a opinião pública e os media, as sociedades civil e sociopolítica, o Estado, para a vital importância da literacia e interpretação musical no desenvolvimento humano e para a urgente necessidade de se enquadrar o ensino obrigatório da Musicografia Braille nas Escolas de Referência, nos Conservatórios e Escolas de Música oficiais, entretanto com particular premência em Portugal.