Disciplina Arte e Direitos Humanos

Esta UC nasce de uma evidência: as Artes Visuais usam-se cada vez mais como ferramenta crítica, ideológica, reinvindicadora. O nosso célere, complexo e plural mundo contemporâneo interpela os artistas de modo exigente no seu quotidiano. Cada vez mais o território dos Direitos Humanos é matéria-prima para os artistas e a sua mensagem (artística) implica decisivamente uma forma de cidadania, comprometida e crítica. O envolvimento das Artes Visuais na defesa dos mais frágeis, dos mais esquecidos ou dos mais problemáticos membros da nossa humanidade é hoje uma realidade global, e são disso exemplo muitos estudos de caso e correntes artísticas. 

A UC procura acompanhar essa intervenção cívica, mostrando (por um lado) um quadro teórico-temático dos Direitos implicados, e (por outro lado) as múltiplas possibilidades de ingerência artística nas fraturas sociais, religiosas, económicas, políticas, etc. Neste 1ºCiclo, a UC ganha a sua pertinência ao oferecer aos mais jovens essa visão realista.

1. Rebeldia e vanguarda nas Artes: uma história de (anti)escolas.

2. Criatividade e liberdade das expressões artísticas na fronteira do Humano

3. O artista e os Direitos Humanos (DH) hoje: minorias, género, religião, opinião, corpo, vida, morte, amor, horror

4. Grupos e programas em defesa dos DH: UNESCO: Art Lab: Dialogue with World Artists for Human Rights. USA: International Human Rights Art Festival. UK: Leicester Human Rights Arts and Film Festival. AMNESTY INTERNATIONAL: Art for Amnesty. SAHARA: ARTIfariti - Art and Human Rights. Human Rights Arts & Film Festival (HRAFF). Human Rights Nights. International Human Rights Art Festival. Smashing times International Centre for the Arts and Equality. Highlight Arts. Creating Rights. FREEMUSE: Defending artistic freedom. Artists at Risk connection. IARA - International Arts Rights. Canadian Museum for Human Rights. Montgomery Museum of Fine Arts.  Artists for Human Rights. Arts Rights 212 Justice. Artsfex: Artistic freedom of expression.

O ensino-aprendizagem é alternado entre a docente e o aluno, teoria e prática, em role-play. As metodologias de avaliação serão escolhidas pelo aluno na medida do seu estilo e posição face aos Direitos Humanos. Deve acontecer no âmbito das Artes Visuais, podendo inserir ou dialogar a partir das AV com outras expressões artísticas (musicais, multimedias, performativas ou outras). Referem-se como elementos de avaliação UMA de três possibilidades, a apresentar em aula:
a) obra de autor (aluno), versando um tema (ou vários) dos DR. Implica um texto crítico-apreciativo da própria obra e sua fundamentação.
b) análise e crítica de um projecto social ou comunitário em DR onde se manifestem qualidades artísticas de relevo. Implica um texto fundamentador.
c) análise de uma escola artística ou programa criativo onde os DR sejam foco temático. Implica um texto expositivo do programa e uma crítica dos objectivos da escola ou programa.
d) melhor proposta livre do aluno (sujeita a validação docente).

Cardoso, F. (2018) Direitos Humanos. Reflexões a partir da arte, género e movimentos sociais. Viseu Ed. 

DeLaet, D.L. (2021). The Global Struggle for Human Rights: Universal Principles. USA: Cengage Learning

Freeman, M. (2020). Human Rights Key Concepts. UK. Polity Press

Guerra, P. et all. (2019). COMbART: Arte, ativismo e cidadania. Porto, Univ. Porto

Judkins, R. (2016). A Arte do Pensamento Criativo. Lisboa: Temas e Debates. 

Lipovetsky, G. (2019). Agradar e tocar. Ensaio sobre a sociedade da sedução. Lisboa: Ed:70

McCall-Smith, K. et all. (2019). The Faces of Human Rights. UK: Bloomsbury Publishing, PLC

Singer, P. (2018). Ética no Mundo Real: ensaios sobre coisas realmente importantes. Lisboa: Ed:70

Sikkink, K. (2019). Evidence for Hope: Making HR Work in the 21st Century. Oxford: Princeton Press

Webb, C. T. (2016). Art and Human Rights. Ed. Univ.Manchester Press

Wood, P. et all. (Eds.). (2021). Art in Theory: The West in the World. An Anthology of Changing Ideas. Hoboken, NY: Wiley-Blackwell