Ciclo de Conferências Ana Salazar | Great Artists on Campus #4
O Legado de uma Visionária, como Ana Salazar colocou Portugal no mapa da moda internacional e abriu caminho para as gerações futuras
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Ana Salazar
Ana Salazar, nascida em Lisboa a 19 de julho de 1941, é universalmente reconhecida como a grande pioneira e revolucionária da moda em Portugal. Filha de um arquiteto e de uma modista, demonstrou desde cedo uma veia criativa inata. Na década de 1970, desafiou o status quo ao organizar os seus inovadores "Acontecimentos de Moda", desfiles-espetáculo realizados em locais inusitados para milhares de pessoas, que mudaram para sempre a forma como a moda era apresentada e percebida no país.
Em 1978, consolidou a sua visão ao criar a marca Ana Salazar, com coleções vendidas nas suas próprias lojas. O seu passo decisivo para a internacionalização deu-se em 1985, com a abertura de uma loja em Paris, rapidamente considerada pela imprensa francesa como "um dos novos templos da moda". Tornou-se assim a primeira designer portuguesa a integrar o calendário oficial de moda de Paris e a conquistar visibilidade global, com artigos em publicações como a Vogue e a Elle. Um título do jornal DNR sintetizou o seu feito: "Salazar is putting Portugal on the Map".
A sua criatividade transcendou o vestuário. Ana Salazar desenhou figurinos para teatro e bailado, fardas para a CP e para os CTT, criou a linha de azulejos "Moda Cerâmica" e os uniformes para o pavilhão português na Expo'92 em Sevilha. Licenciou ainda perfumes, óculos e têxteis para o lar, e levou uma escultura sua ao Museu do Louvre na exposição "Variations Gitanes".
A sua carreira foi amplamente distinguida, destacando-se a condecoração como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída em 1997 pelo Presidente Jorge Sampaio. Após um período de desafios empresariais que a afastaram da sua própria marca em 2012, a sua resiliência falou mais alto. Relançou-se com a marca "Ana by Herself" e, em 2018, recuperou triunfantemente os direitos ao seu nome. O seu legado, documentado em livros e num documentário da RTP, permanece como o de uma visionária que abriu caminho e colocou definitivamente a moda portuguesa no panorama internacional.
