Disciplina Figura Humana IV

Esta UC é sobre retrato. Baseada no desenho por observação direta do rosto e corpo de modelos masculinos e femininos, os estudantes representam-se uns aos outros.

Consciente da anatomia do rosto e da sua proporção em adulto, cada estudante deve representar o rosto dos seus colegas (retrato) e o seu próprio rosto (autorretrato) utilizando a linguagem do Desenho e/ou da Pintura atendendo à escala natural, verosimilhança, máscara, exagero (anamorfoses, caricaturas e distorções), expressão de estados emocionais e à composição no suporte como desafio para organizar os elementos que compõem o retrato.

São exploradas várias metodologias no Desenho de retrato por observação directa: esboço (registos rápidos); desenho de contorno e de volume (registo lento) sempre atendendo à verosimilhança em relação ao modelo e às diversas possibilidades plásticas e expressivas do Desenho como disciplina artística. 

Os conteúdos desta UC são: Retrato e Autorretrato por observação direta.

Desenhos do rosto com registo rápido, cronometrados:
- Desenho de contorno cego;

- Desenho gestual expressivo;

- Esboços;

- Desenho partilhado;

Desenhos do rosto com registo lento: 
- Rigor na representação da escala natural e proporção;
- Modelação;
- Contraste;
- Relação figura/fundo; centrado/descentrado; inteiro/pormenor;
- Experimentação gráfica: ampliação, indefinição de contornos, registo da expressão do rosto;
- Exploração da relação do rosto com outros objectos (adereços, joias, óculos, chapéus, lenços, cachecóis, fones, auriculares, máscaras) e partes do corpo (mãos, braços).

Os conteúdos do programa são feitos segundo 3 aproximações:

1. Exercícios rápidos;
2. Exercícios lentos, de representação analítica do rosto;
3. Diário gráfico temático com 5 desenhos por semana sobre detalhes do rosto (1 desenho por página).

A metodologia pedagógica relevante nesta UC é o acompanhamento individualizado do estudante. Esta abordagem visa ampliar e estimular o desenvolvimento de linguagens plásticas, processos técnicos artísticos e a visão crítica sobre os resultados alcançados em função das potencialidades de cada estudante. Este acompanhamento individualizado é um apoio decisivo para os objectivos a alcançar: qualidade técnica, plástica e artística do Desenho de Retrato por observação directa do modelo e, desta forma, promover a progressão de uma linguagem autoral. Valoriza-se a capacidade crítica e autocrítica através de discussões coletivas em sala de aula onde se debatem processos e resultados na concretização de cada exercício promovendo o uso de terminologias técnicas apropriadas. Nestas conversas colectivas debatem-se, também, afinidades e diferenças entre os imaginários dos colegas, questões de rigor técnico nos media eleitos, capacidade de experimentação e qualidade plástica dos desenhos.

BABO, M. A. (2003) Olhando o olhar no retrato. In Revista Comunicação e Linguagens – Imagem e vida, nº 31. Lisboa: Relógio d’Água

DUBUS, P. (2006) Qu’est-ce qu’un portrait?. Paris: Insolite.

GERODEZ, J. (2010). Le nu, modèle vivant. Paris: Eyrolles

JENNY, P. (2014). Desenho anatómico. Barcelona: Gustavo Gili.

MAIA, T. (2009) Assombra. Ensaio sobre a origem da imagem. Lisboa: Assírio & Alvim. 

NANCY, J.-L. (2000) Le Regard du Portrait. Paris: Galilée.

PONTÈVIA, J.-M. (1993, 2ª ed.) La Peinture, Masque e Miroir. Écrits sur l’art et pensées détachées. Périgueux: William Blake & Co.

RAMOS, A. (2010). O desenho da presença. Lisboa: Campo da comunicação.