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Apresentação
Apresentação
Nesta UC optativa, partimos do princípio de que nenhuma afirmação do senso comum tem validade absoluta, isto é, que expressões vulgares podem e têm o seu reverso, o seu dilema essencial. Mas também assumimos o seu contrário: alguns dados do senso comum parece ter validade sapiencial. Onde se encontra a chave desta aparente distopia?
Na análise epistémica da sabedoria popular (mitos, provérbios, lendas, tabus) e na sua tradução em eventos, artesanato, folclore, trajes, etc., encontramos um amplo campo de confirmação destas «subjectividades». A sua manifestação na denominada «arte popular» tem provocado, em todos os tempos, mensagens contraditórias, altamente imaginativas, diversamente criativas, onde inclusivamente pode ser negado aquilo que é óbvio: o concavo do convexo.
O desafio colocado aos artistas do visual é, nesta UC, paralelizar ou dicotomizar no fenómeno folclórico a sua mensagem moral (ou viceversa), confirmando como, no senso comum, toda a base de dados é ambivalente
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Disciplina do curso
Disciplina do curso
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Grau | Semestres | ECTS
Grau | Semestres | ECTS
Licenciado | Semestral | 4
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Ano | Natureza | Lingua
Ano | Natureza | Lingua
3 | Opcional | Português
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Código
Código
ULHT722-23358
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Pré-requisitos e co-requisitos
Pré-requisitos e co-requisitos
Não aplicável
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Estágio Profissional
Estágio Profissional
Não
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Conteúdos Programáticos
Conteúdos Programáticos
1. Sabedoria popular ou «perpetuação de conhecimento inverificado»: o que é?
A base epistémica do conhecimento humano. Enquadramento teórico da herança (familiar, geográfica, gastronómica, política, religiosa, musical, etc) enquanto referencial antropológico da Cultura Visual.
2. Tradições, mitos, lendas, tabus, crendices, motes, provérbios: o que são?
Relações e interferências dos sistemas culturais no processo visual de identificação e entendimento do mundo e da realidade.
Identificação e análise de casos de estudo na área da Cultura Visual Antropológica: das mentalidades às manualidades.
O visual tradicional: disformidade e beleza, perversidade e ingenuidade, dogmatismo e relativismo. Os pares disruptivos do real na cultura popular
3. Cultura tradicional e seus dilemas: o contraditório popular.
Análise de subjectividades na sabedoria popular (portuguesa e/ou outra)
4. Aplicação na arte popular: como se expressam?
Investigação e apresentação de casos práticos em Artes Visuais pelos alunos
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Objetivos
Objetivos
São objectivos de aprendizagem:
1: conhecer e compreender as seguintes palavras-chave: senso comum; senso específico; conhecimento vulgar; conhecimento específico; epistemologia dos saberes; revisibilidade do conhecimento; relatividade do conhecimento; tradição; mimetismo; arte popular; sabedoria popular; ambivalência; ambiguidade; dogmatismo; cepticismo; ecletismo.
2: reconhecer a fenomenologia da arte popular ou artesania;
3: estar apto a «contar a história» (fenomenologia do processo criativo tradicional), igualmente na sua valorização moral e imoral;
4: estar apto a emitir juízos de valor amplos, enquadrados nas ciências sociais e humanas (mormente a antropologia, a sociologia, a ética) e epistémicamente saudáveis sobre a produção artística popular.
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Metodologias de ensino e avaliação
Metodologias de ensino e avaliação
Em cada sessão é leccionado um tema do programa, apresentando-se uma grelha de conceitos referencial, maioritariamente vindos da Cultura Visual, Teoria da Cultura, Antropologia, Filosofia ou Psicologia. De igual modo, em cada sessão é debatido um caso prático com os alunos mediante grelha estética (ou de Teoria da Arte) afim.
A Avaliação pressupõe dois elementos:
1) participação contínua e activa do Aluno em sala (40%)
2) exposição individual de um estudo de caso (60%) perante a Docente e colegas, com duração de uma
hora lectiva (e sujeito a diálogo amplo entre todos).
Este estudo de caso nasce da investigação pessoal do Aluno e dos seus próprios interesses (ou desinteresses críticos) na Cultura Popular, Folclore e outras artesanías
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Bibliografia principal
Bibliografia principal
LIMA. Pires de, F. (1968). Arte Popular em Portugal: Ilhas adjacentes e Ultramar. Volume I. Lisboa: Editorial Verbo.
MORRIS, W. (2003). Artes Menores. Lisboa: Antígona.
RESTIVO, M.M. (2020). A emergência da autoria na arte popular portuguesa.Universidade do Porto, Faculdade de Letras/DCTP
ROUSSEAU, V. (2012). Vers une définition de l¿art populaire: l¿institution problématique d¿une notion polysémyque. L¿axe France-Canada dans une perspective européene et nord-americaine. Montréal: Université du Québec. Tese de Doutoramento.
SHELTON, A. A. (2015). Heaven, hell and somewhere in between. Portuguese popular art. Vancouver: MOA/University of British Columbia.
SPENCE, Jo Spence (1995). Cultural Sniping / The art of transgression. Londres e Nova Iorque: Routledge
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Horário de Atendimento
Horário de Atendimento
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Mobilidade
Mobilidade
Não