Disciplina Filosofia da Educação

A UC tem como campo matricial a Filosofia, sendo a sua área de atuação o pensamento crítico-filosófico na época contemporânea. Visa intervir na formação do Docente de Artes Visuais para identificar, definir e ponderar os dilemas filosóficos da Educação: realmente, o que significa educar? Qual o sucesso da educação? Como se mede ou valoriza? Até que ponto somos «educáveis»? E em que medida pode (ou não) afectar a nossa espontaneidade e livre arbítrio?

Sem cair no erro de percorrer o caminho da História da Educação, ou da sua Sociologia, esta UC de matriz crítico-filosófica pretende ir à fundamentação da pedagogia. Esta nasce no momento grego da Paideia como uma proposta universal da «vida reflexiva, vida virtuosa»: nesta esteira, procura encontrar o seu eco na contemporaneidade global e complexa. É seu intuito fornecer ao Docente de AV instrumentos de análise crítica e criativa na produção das artes e do sentimento estético, que -de certo modo- escapam à possibilidade de ser «educados».

1. (Im)Possibilidade da Ciência da Educação. Requisitos pedagógicos de base científica. O papel sistémico-sistemático das Teorias de Educação e seus limites. Dificuldades de uma epistemologia do «educável»

2. Educação e Espontaneidade. As escolas da espontaneidade como Filosofias do sensorial-empírico-existencial. Matrizes do conhecimento não-formalizado. Percurso epistemológico da complexidade humana

3. Educação e Formalidade. As escolas da formalidade como Filosofias do conceito-reflexivo-rigoroso-moral. Matrizes do conhecimento formalizado Percurso epistemológico da simplicidade humana

4. Educação e Filosofia. Educação como proposta filosófica: a escola do pensamento crítico, salvaguarda da autarquia, coerência e profundidade enquanto paradigmas educacionais. Sócrates e o docente de hoje: diálogo maiêutico como utopia?

5. Possibilidade e necessidade de uma Filosofia da Educação. Perfis epistemológicos para a Educação plena. A antropologia educacional da liberdade e responsabilidade

Praticam-se modalidades pedagógicas inovadoras e facilitadoras dos objectivos de aprendizagem, garantindo a respectiva aquisição de competências. Em concreto, em cada aula usa-se

1. o método dialógico (vulgarmente conhecido por «Clube de Debate»), iniciando-se cada sessão semanal com a seleção (feita pela turma nos primeiros 10 minutos) do caso mais mediático (a nível nacional ou mundial) que tenha efeitos (directos ou indirectos) nesta área científica, provocando a atenção dos profissionais da mesma

2.  no final da aula, após a discussão inicial, o percurso desta e a exposição posterior (a cargo docente), faz-se (em conjunto com a turma) a síntese crítica dos resultados, observações e sugestões num pequeno texto temático colectivo

3. publica-se no Moodle, todas as semanas, esse texto que, sob égide do Pensamento Crítico, se inclui como matéria de avaliação final de cada aluno 

4. igualmente se insere este texto, de ano para ano, no Manual da UC (publicado como livro técnico pela docente)

ARNHEIM, R. (1969).Visual thinking. Berkeley: Univ. California

BLACKBURN, S. (2007), Dicionario Oxford de Filosofia, Lisboa, Gradiva

CAMARGO, D. (2008). A perspectiva estética e expressiva na escola na psicologia sócio-histórica. Psicologia em Estudo, n.13

GIDDENS, A. (1997), As Consequências da Modernidade, Lisboa, Celta

GONÇALVES, R. (1997) Ciência, Pós-Ciência, Metaciência, Lisboa, Terramar

HEIDEGGER, M. (1984), Carta sobre o Humanismo, Lisboa, Ed.Guimarães

JONAS, H. (2004), El principio de responsabilidad. Ensayo de una ética para la civilización tecnológica, Madrid, Herder

MORIN, E. e PRIGOGINE, I. (2000), A Sociedade em Busca de Valores, Lisboa, Piaget

POPPER, K. (1991), Sociedade Aberta, Universo Aberto, Lisboa, D. Quixote.

SCHWANITZ, D. (2003), Cultura. Tudo o que é preciso saber, Lisboa, D.Quixote

SKINNER, Q.(1992), As Ciências Humanas e os Seus Grandes Pensadores, Lisboa, D.Quixote

VATTIMO, G., O fim da modernidade. Niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna, Lisboa, Presença