Disciplina Espaço Público, Mobilizações e Ativismo

A UC visa a consolidação de conceitos e teorias que permitam analisar as relações da comunicação, dos média, do acontecimento, das mobilizações coletivas e movimentos sociais com o Espaço Público, nas suas diferentes abordagens, e com os públicos. Para tal, revisitam-se as teorias do Espaço Público, o que permitirá a sua problematização em articulação com as teorias dos movimentos sociais. Umas e outras adquirem novas cambiantes que importa analisar do ponto de vista dos novos média e das mutações da comunicação com a ação digital em rede. Destinada a estudantes orientados para a investigação, a UC constitui-se como um espaço curricular onde estes poderão aferir e testar conceitos essenciais: Espaço Público, Media, movimentos sociais, ativsmos. Interligadas, estas noções apresentam-se como um desdobramento de configurações teóricas aparentemente estabilizadas no século passado e que requerem hoje novas leituras e discussão, sobretudo quando perspetivadas pela ótica do ativismo em rede.

I Espaço público

1 Teorias filosóficas, sociológicas e comunicacionais do Espaço Público (Habermas, Dewey, Arendt, Park, Joseph, Quéré, Fraser)

2 Espaço comum ‘tópico’ e ‘metatópico’ (C. Taylor)

3 Espaço público, redes e habitar atópico (Di Felice)

4 Modelo plural e espaços públicos alternativos

5 Novos media e impacto das mediações tecnológicas no espaço público

II Movimentos sociais e ativismo

1 Paradigmas Clássicos e Contemporâneos

2 Dos movimentos pré-modernos aos movimentos modernos

3 Dos Novos Movimentos Sociais às mobizações em rede

4 Do ativismo em rede aos movimentos inorgânicos

III Espaço público, mobilizações e ativismo em rede

1 Redes sociais digitais e novas formas de ativismo e mobilização pública. Ação colectiva e ação conectada

2 Novas experiências de participação, novos reportórios de ação e públicos

3 Estetização do espaço público. Mobilizações “estéticas” e novas relações entre espaço urbano e ações cívicas

4 Reapropriação do espaço público (ocupação, invasão, contaminação)

O tipo de metodologia adoptado é teórico-prático. utilizando-se métodos expositivo, demonstrativo e ativo (aprendizagem por pesquisa). O método expositivo é utilizado para a introdução e apresentação de conceitos e teorias, com recurso ao demonstrativo ao selecionar e apresentar estudos de casos que permitam as teorias, os conceitos e a aplicação destes. Serão apresentados casos empíricos para fins de análise e discussão. A metodologia expositiva é heurística diante dos textos: a apresentação teórica será alternada e cruzada com discussão, análise crítica e debate a partir da leitura de textos previamente selecionados

Arendt, H. (1988). La condition de l'homme moderne, Paris:Calmann-Levy

Bennett, W.L.& Segerberg, A. (2012). “The logic of connective action”, Information, Communication & Society, 15:5, 739-768

Della Porta, D. & Diani, M. (2020). Social movements. An Introduction. 3ed. New Jersey:Wiley-Blackwell.

Di Felice; Pereira; Roza (orgs.) (2017). Net-ativismo. Redes digitais e novas práticas de participação. Papirus Editora

Earl, J. & Kimport, K. (2011). Digitally enabled social change: Activism in the internet age. Cambridge: MIT Press

Fraser, N. (2003). “Repenser l’espace public”, in Renault, E. e Sintomer, Y. (dir.) Où en est la théorie critique? Paris: La Découverte

Habermas, J. (2012).A transformação estrutural da esfera pública, Lisboa:F.Calouste Gulbenkian

Taylor, C. (2006),  Imaginarios sociales modernos. Barcelona: Paidós Ibérica

Tilly, C. & Tarrow, S. (2006). Contentious Politics. Paradigm Publishers.

Rouet, G. (dir.) (2013). Mobilisations citoyennes dans l’espace public. Paris: L’Harmattan