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Apresentação
Apresentação
Inserida num Mestrado em Ciências da Cognição interventivo na área educacional, esta UC assume pertinência enquanto instrumento crítico e argumentativo face à ciência positiva taxativa, mas também face à ambiguidade de alguns discursos subjetivos. A epistemologia da mente humana, na clássica tradição da filosofia, acolhe autores, escolas e caminhos todos eles díspares, todos eles ricos. Com ou sem pretensão definitiva, os textos filosóficos (seja na vertente continental, seja na vertente analítica) encaram a mente e os produtos mentais como essencialmente humanos, protegendo-os de atribuições mecanicistas, deterministas, biologistas e neuroprogramáveis. A especificidade pessoal (na argumentação de Aristóteles, passando por Espinosa, Locke, Kant ou Husserl) implica livre-arbítrio (ou a intencionalidade dos estados de consciência), marcando aí uma diferença essencial. A eticidade da tarefa educativa é medida pela decisão livre do agente: sem esta não há aprendizagem ou cultura(s).
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Disciplina do curso
Disciplina do curso
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Grau | Semestres | ECTS
Grau | Semestres | ECTS
Mestre | Semestral | 6
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Ano | Natureza | Lingua
Ano | Natureza | Lingua
1 | Obrigatório | Português
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Código
Código
ULHT6232-22777
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Pré-requisitos e co-requisitos
Pré-requisitos e co-requisitos
Não aplicável
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Estágio Profissional
Estágio Profissional
Não
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Conteúdos Programáticos
Conteúdos Programáticos
- O conceito de mente no pensamento filosófico
- Mente e corpo: uma relação complexa desde os clássicos aos contemporâneos
- O dualismo antropológico nas dicotomias platónicas e cartesianas
- A epistemologia do reducionismo antropológico nas versões biologistas, mecanicistas, deterministas e neuroprogramáveis
- A epistemologia da unidade antropológica no realismo, no personalismo e na fenomenologia
- A mentalidade mágica como construção de um dualismo demiúrgico: o papel da projeção emocional e da transferência causal. Superstição e convicção.
- A mentalidade religiosa como construção de uma providência filial-paternal: o papel do ascetismo sacrificial e do voluntarismo construtivista. Fé e convicção.
- A mentalidade crítica como construção cética moderada de um mundo em prova científica: o papel do filósofo. Ponderação e convicção.
- Do naturocentrismo ao teocentrismo e, deste, ao humanismo. Os grandes paradigmas mentais, suporte do mundo humano.
- Educar para ponderar (e para defender a ponderação)
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Objetivos
Objetivos
São objectivos de aprendizagem os seguintes:
1. a nível do conhecimento: identificação e distinção entre dogmatismo e criticismo; analítica e contraste entre as culturas mágica, fideísta e científica; mecanismos da construção cognitiva da realidade; o conceito de mente humana segundo a fenomenologia; a epistemologia da decisão humana segundo o realismo filosófico.
2. a nível de aptidões: discernimento, compreensão e crítica dos vários planos em que a mente humana pode ser estudada, avaliada e «ensinada»; discernimento, compreensão e crítica dos paradigmas mitológico, religioso e humanista (enquanto fundamentos de contemporaneidade cultural eclética).
3. a nível de competências: exame das condições e das responsabilidades de um educador enquanto sujeito mental, construtor de mentalidades e fomentador de liberdades indeterminadas
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Metodologias de ensino e avaliação
Metodologias de ensino e avaliação
Os instrumentos de avaliação nesta UC seguem uma metodologia intensiva e participante.
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Bibliografia principal
Bibliografia principal
Textos seleccionados (aula a aula)
1. Aristóteles
2. Espinosa
3. Locke
4. Kant
5. Husserl
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Horário de Atendimento
Horário de Atendimento
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Mobilidade
Mobilidade
Não