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Formar Professores Brasileiros em Portugal

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Um desafio que se aproxima

22.05.23 - 12h16
Paulo MPinto

Paulo Mendes Pinto


A recente visita a Portugal de Lula da Silva, Presidente do Brasil, pode ter dado respostas importantes para quem questiona a validade e o interesse da Lusofonia. Apesar dos passos terem sido cautelosos e escassos, nesta visita, que incluiu o Ministro da Educação, Camilo Santana, a educação foi campo central nos debates em torno do acordo assinado entre os dois Estados, um complemento ao Tratado de Amizade celebrado em abril de 2000.

Num quadro em que no Brasil é cada vez mais forte a consciência da fragilidade da formação inicial de professores, em que a nota média de saída da formação é de 3,6 em 10, Portugal apresenta-se como uma possibilidade de ajuda nesse processo de qualificação de um corpo docente muito necessitado de formação.

Nesse sentido, e abrindo portas da máxima importância, Camilo Santana afirmou: “Queremos retomar a formação de professores brasileiros em Portugal. Temos centenas de acordos com universidades brasileiras e portuguesas […] vamos discutir e ver se na próxima reunião de cúpula, no ano que vem, a gente possa tratar dessa questão” - Diário de Petrópolis

Nos meios da formação inicial de professores, são muito referidas as dificuldades que as instituições brasileiras têm em lançar o debate sobre essa formação ou, mais, em implantar alterações nos modelos de formação. Bernadete Gatti, especialista da UFMG afirma: “Nas instituições de ensino superior, temos dificuldades para implantar uma discussão capaz de provocar transformações. Isso porque, mobilizado um contexto de ideias novas e propostas de ação diferenciadas, partes estruturais da instituição terão que ser mudadas. E as mudanças, nem sempre, são bem-vindas para as pessoas, costuma haver resistências” - Universidade Federal de Minas Gerais 

Neste quadro, uma realidade externa poderá fazer a diferença, criando novos desafios e trazendo novos modelos.

Se o debate sobre a formação inicial de professores já arrancou, com a criação, pelo Ministério da Educação do Brasil, de um grupo de trabalho destinado à discussão do tema, a formação continuada deverá ser o próximo dossiê a ser aberto. Portugal poderá dar o seu contributo, alicerçando novas questões e propondo metodologias que ajudem o Brasil e melhorar francamente essa deficiente formação inicial.

O projeto Ensino Lusófona, tendo como missão, concorrer para o desenvolvimento dos povos e países lusófonos, tem nesta futura parceria entre os dois países um campo de valorização da sua experiência. O Ensino Lusófona, com o seu conhecimento, com os seus investigadores, pode abrir este debate, lançando as bases de uma cooperação que se deseja frutuosa para o desenvolvimento dos dois países.

Coordenador da área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona

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