Vamos aproveitar a entrada no novo ano para desacelerar, parar e pensar sobre o que é mais importante, identificando o que realmente importa
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Tânia Gaspar
Nesta vida tão acelerada, repleta de exigências e solicitações, é muito fácil estarmos sempre a dar resposta quase de forma automática, sem termos tempo para parar, pensar e sentir. Aproveite a entrada no novo ano para deixar para trás o que lhe pesa ou o que não tem verdadeiro significado para si.
Pense nos quatro pilares da vida: o eu, a família, o trabalho e o tempo de lazer e amigos. Reflita sobre o equilíbrio que tem nestes quatro pilares; a saúde mental encontra-se no equilíbrio destas quatro áreas. Reflita, para cada um deles, sobre situações e relações positivas, associadas ao bem-estar, à alegria e à tranquilidade, bem como sobre situações e relações negativas, stressantes, que o fazem sentir desamparo, tristeza ou raiva.
Mantemos, muitas vezes, dinâmicas e hábitos que nos fazem sentir mal e que nos afastam de nós próprios. Esta situação, de forma continuada, pode levar à diminuição da saúde mental ou mesmo à doença. No novo ano, cuide de si: durma bem, coma de forma saudável, faça exercício e encontre formas de relaxar.
Procure estar bem consigo mesmo, fazer atividades consigo; devemos estar com os outros quando queremos e não porque precisamos.
Procure relações empáticas, positivas, de suporte, recíprocas, afetivas e com humor. Usufrua da rotina e dos momentos especiais com as pessoas significativas, e também faça coisas diferentes. Saia da sua zona de conforto, desafie-se.
Nesta reflexão, é muito importante identificar as suas forças e fragilidades, estabelecer objetivos e assumir os seus limites. Seja razoável consigo mesmo e com os outros. Desenvolva uma comunicação assertiva, estabeleça objetivos e limites, e comunique-os com delicadeza e segurança aos outros. Não deve ter medo de dizer não, quer no contexto familiar, quer no contexto laboral.
Sentir e manifestar afeto e carinho é muito importante para nos sentirmos bem e para fazermos bem aos outros. Diga às pessoas que são significativas para si que gosta delas, mesmo que elas já o saibam. Expressar esse afeto é bom para ambas as pessoas e ajuda a criar uma reserva afetiva que será útil para gerir e resolver as dificuldades do dia a dia.
Mudar não é fácil. Mudar é um processo multidimensional: temos de mudar pensamentos, comportamentos e emoções. O processo de mudança tem avanços e recuos, ganhos e perdas, e deve ser uma prioridade. Quando pensar que mudar é difícil, pense também nas consequências de não mudar. Conte consigo e procure apoio de outros.
Desejo-lhe um novo ano com mais autoconhecimento, leveza, harmonia, sonhos, projetos e concretizações.
Comece. O importante é começar. Pode ser no dia 31 de dezembro, no dia 1 de janeiro, no dia do aniversário… qualquer dia é um bom dia para viver mais consciente e mais plenamente. Viva a vida que escolhe viver.
Tânia Gaspar
Psicóloga e Professora Associada com Agregação e Diretora do Serviço de Psicologia, Inovação e Conhecimento (SPIC)/ Universidade Lusófona